Com
a trágica morte de Eduardo Campos rios de tinta serão gastos, inclusive,
aventando a hipótese de atentado. Tenho por regra não comentar assuntos do
momento, para não incentivar a estupidificação generalizada, mas, vou abrir uma
exceção.
O
fato é que mortes, sejam acidentais, sejam propositais, são corriqueiras na
vida política nacional, e, infelizmente, o sr. Eduardo Campos não foi o
primeiro, nem o mais importante, e nem será o último.
Nos
primórdios da República, durante a ditadura presidencial de Floriano Peixoto, o
Barão de Serro Azul, tradicional líder paranaense, foi jogado, junto com alguns
dos seus correligionários de um trem em movimento (1894).
O
Senador Pinheiro Machado, morto na porta do Hotel onde residia (1915). Crime
passional transformado em assassinato político, exatamente como fizeram com
João Pessoa, em 1930, que serviu de estopim para a Revolução de Outubro.
Ainda
em 1930, Siqueira Campos, um dos 18 do Forte e partícipe da Coluna Miguel Costa
(impropriamente conhecida como Coluna Prestes) também morreu num acidente
aéreo, quando retornava do Exílio.
No
seu quarto, no Palácio do Catete, em 1954, Getúlio Vargas foi “suicidado”... Ao
tempo do Estado Novo, uma pedra gigantesca quase atingiu o carro em que Vargas
dirigia-se para Petrópolis, escapou por um triz do “acidente”.
Também,
em 1954, Carlos Lacerda é vítima de um atentado na Rua Tonelero, em que acabou
falecendo o Major Rubens Vaz, e no qual o polêmico jornalista conseguiu a
proeza de dar um tiro no próprio pé...
Em
1955, Plínio Salgado, então concorrendo à Presidência da República, sofreu um
gravíssimo “acidente” de automóvel, do qual escapou por milagre, mas, que de
qualquer forma prejudicou sua campanha, pois, o “acidente” ocorreu pouco antes
das eleições e a imprensa informou inicialmente que ele havia morrido, o
desmentido de sua morte só chegou nas regiões mais distantes (o Brasil não
dispunha, evidentemente, do sistema de comunicações em tempo real da atualidade),
dias após o pleito, o que lhe custou centenas de milhares de votos. Aliás,
parece que Plínio Salgado foi o Político Brasileiro recordista de atentados a
sua vida, que teriam sido dezesseis, se a memória não me falha.
No
ano de 1958, o então Governador de Santa Catarina, Jorge Lacerda, junto com o
Senador Nereu Ramos e outros próceres da Política Nacional, é vítima de um
acidente aéreo. O grande Político, eleito pelo Partido de Representação Popular
– PRP -, estava preparando um arco de
alianças de âmbito nacional, que contrariava os interesses da plutocracia
internacional, daí as suspeitas de que não tenha sido uma mera fatalidade.
Ainda
no ano de 1958, no Piauí, o popularíssimo Deputado Federal Marcos Santos
Parentes (irmão uterino de Milton Ferreira de Carvalho, conhecido líder
Integralista), quando Candidato ao Senado (Coligação da UDN com o Partido de
Representação Popular - PRP), morre em trágico acidente automobilístico,
causando uma verdadeira comoção no Estado.
Num
inexplicado acidente aéreo, em 1967, morre Castelo Branco, o primeiro
Presidente da Redentora.
Na
Dutra, em 1976, Juscelino Kubitschek, segundo as más línguas, acompanhado da
amante, morre em “acidente” nunca suficientemente esclarecido. Também João
Goulart faleceu em 1976, talvez envenenado, em seu vasto latifúndio argentino.
O
Presidente Eleito Tancredo Neves falece em 1985, sem tomar posse. Internado com
dores abdominais, inicialmente diagnosticadas como diverticulite, depois
transformadas em câncer. Para alguns ele foi vítima de um atentado a bala,
quando era entrevistado por jornalista global, que também teria sido alvejada,
mas, que sobreviveu, tornando-se logo em seguida um dos maiores salários da TV
em todos os tempos, por conta do seu silêncio sobre o suposto atentado.
Tancredo oficialmente morreu em 21 de Abril, mas, há quem sustente que ele já
teria ido fazer companhia ao seu primo Vargas uns dias antes, e que esconderam
a notícia até aquela data para coincidir com Tiradentes. Como se o Povo
Brasileiro soubesse quem foi Tiradentes... Quem se apossou da Presidência foi o asqueroso José
Sarney, apontado como filo-comunista no Inquérito Policial Militar sobre o
Partido Comunista, presidido pelo General Ferdinando de Carvalho. De qualquer
forma, isto de esconder a morte de alguém não seria novidade, pois, Costa e
Silva não teria morrido em Dezembro de 1969, mas, meses antes, e que quando
anunciaram sua trombose (em Agosto, se não estou enganado), ele já havia
vestido o pijama de madeira, o que não foi revelado para garantir a
governabilidade ou patacoada semelhante.
Em
1992, Ulysses Guimarães e Severo Gomes morrem em queda de helicóptero no
litoral paulista. Nunca foram encontrados os restos mortais de Ulysses. Ora,
como o desmembramento e desaparecimento do cadáver é castigo para os que rompem
o juramento da maçonaria, traindo os seus segredos, isto permitiu que se
criasse toda uma mitologia a respeito na época.
Neste
mesmo ano de 1992, o Governador do Acre, Edmundo Pinto, foi assassinado em São
Paulo, dois dias antes de depor sobre um escândalo de corrupção envolvendo
FGTS.
Já
em 1995, o primeiro Prefeito de Belford Roxo, Júlio da Costa dos Santos, o Joca,
foi vítima de uma tocaia quando se dirigia para um encontro com o então
Governador Marcelo Alencar (vulgo “Velho Barreiro”.), no Palácio Guanabara.
Execução mesmo! Onze tiros! E ficou por isso mesmo, um crime cometido quase as
Portas do Palácio.
E o
famigerado PC Farias, Tesoureiro de Campanha de Collor, eliminado junto com a
amante, numa autêntica “queima de arquivo”, em 1996, dias antes de prestar
depoimento no inquérito sobre toda aquela patifaria que foi o Governo Collor de
Mello, que enlameia hoje o Senado da República com sua corrupta presença.
Aliás, seu Pai, o Senador Arnon de Mello matou a tiros “sem querer” um Senador
pelo Acre, em 1963, em plena Sessão do Senado e ficou impune... Parece que é
tradição de família... Quem será a próxima vítima desta família de bandidos?
E o
até hoje não resolvido assassinato de Celso Daniel, Prefeito de Santo André, em
2002, pouco antes de expor o salafrário Lula? Quem sabe um dia o Palocci
resolva falar...
Não
me alongarei mais, até porque não tenho memória de elefante. O pouco que
resenhei é suficiente para demonstrar que tal “acidente” inscreve-se perfeitamente
na História Política Brasileira, e se o meu prezado leitor se der ao trabalho
de pesquisar mesmo superficialmente pela Internet certamente descobrirá coisas
do arco da velha.
Mas,
terminando, e supondo que o “acidente” tenha sido premeditado, para saber quem
é o responsável basta fazer a célebre pergunta: A quem interessa o crime? Ora,
o Eduardo Campos não fazia nem cosquinha nas candidaturas de Dilma e Aécio,
logo, não são eles os beneficiados... Deixo a conclusão aos inteligentes.
Anauê!