Difamação, calúnia e racismo.
Sérgio de Vasconcellos
Os pouquíssimos Leitores deste Blogue
concordarão comigo que ele se notabiliza pela sua falta de atualização e pelo
enfoque inusitado dado aos Artigos aqui publicados.
Ora, neste momento em que o Mundo dilacera-se
em Guerras (Ucrânia, Armênia, na Terra Santa, em diversos Países Africanos,
etc.), não fugirei a minha abordagem inusual e vou escrever sobre um tema já
caído no esquecimento.
Há meses, creio que no início de
Agosto deste ano, o Prof. André Lajst, conhecido difusor em nosso País do que
se passa no Oriente Médio, ao ir fazer uma Palestra sobre “Empreendedorismo em
Israel”, foi agredido física e verbalmente por “estudantes” na Universidade
Federal do Amazonas. O caráter racista, isto é, antissemita foi mais do que
evidente.
Quando tomei conhecimento desse
atentado à liberdade de expressão, não pude deixar de recordar um outro ataque
semelhante, levado a cabo por uma vintena de “estudantes”, ocorrido em Novembro
de 2017, contra o renomado Prof. Victor Emanuel Vilela Barbuy, que iria
proferir a Conferência “Municípios e Municipalismo no Brasil”, na USP.
Na ocasião em que o Prof. Lajst foi
agredido, eu tracei imediatamente um paralelo com a violência sofrida pelo
Prof. Victor Emanuel, mas, não escrevi nada a respeito à época, o que passo a
fazer agora.
Ambos os intelectuais foram acusados
por seus agressores de “fascistas” e até de “nazistas”, o que nenhum dos dois
é. O Prof. Lajst é Cientista Político, o Prof. Victor Emanuel é Jurista e
Filósofo. Ideologicamente, o Prof. Lajst me parece ser socialdemocrata. Já o
Prof. Victor Emanuel Vilela Barbuy é um dos principais líderes do Integralismo
Brasileiro e o maior Pensador Tradicionalista contemporâneo. Como veem,
queridos leitores, as acusações, além de infamantes, são inteiramente falsas.
Ambos os eruditos estão anos-luz do fascismo e do n.-socialismo.
O episódio envolvendo o Prof. Lajst
tem um agravante que é o racismo antissemita, enquanto, o Prof. Victor Emanuel
foi hostilizado apenas no viés ideológico.
Mas, o resultado do ataque dos
“estudantes” comunistas - ainda guardando alguma analogia - diferenciou-se
muito:
- Ambos foram brutalmente agredidos,
porém, enquanto a UFAM providenciou escolta policial para resguardar a
integridade física do Prof. André Lajst, em momento algum a USP tomou igual
iniciativa, e nem mesmo a Segurança do Campus apareceu para por fim ao tumulto.
- Enquanto o Prof. Lajst, devidamente
protegido pela Polícia retornou para finalizar sua Palestra, o Prof. Victor foi
de fato expulso da USP, apenas escudado por umas poucas pessoas, que foram
assistir a Conferência e ficaram chocadas e revoltadas com a forma pela qual
foi tratado tão ilustre Mestre.
- O Prof. Lajst teve a Palestra que ia
realizar no dia seguinte, em outra Universidade, suspensa, pois não seria
possível garantir sua segurança. O Prof. Victor, como já disse acima, não pode
realizar sua Conferência e nunca mais foi convidado para participar daquele
Ciclo Conferências, na qual comparecia pelo quarto ano consecutivo.
Tanto em Manaus, quanto em São Paulo,
cidadãos em pleno uso e gozo de seus direitos, por não concordarem com o
tratamento sofrido pelos dois grandes representantes da Cultura Brasileira, ao
verbalizarem que julgavam aquilo um absurdo, também foram física e moralmente
agredidos, com direito a humilhação e narizes e pernas quebradas.
Não sei o que resultou legalmente do
ataque sofrido em Manaus, mas, no de São Paulo, o Prof. Victor dirigiu-se a uma
Delegacia, onde reportou o ocorrido, mas, daí – que saibamos – nenhuma consequência
recaiu sobre os criminosos. Se conhecemos bem o Brasil, em Manaus, coisa alguma
foi além da presença policial, salvo se o Prof. Lajst tiver tomado providências
legais por conta própria.
Se a calúnia e a difamação de que
padeceram os Professores são crimes sérios, o caso do Prof. Lajst, como disse
num parágrafo acima, revestiu-se de um agravante lamentável, o racismo. No
Brasil temos uma Legislação contra a Discriminação Racial, que seria até um
crime inafiançável. Porém, o fato é que as Leis nesse sentido são quase letra
morta.
Não sou Jurista, evidentemente, mas,
mesmo sendo um imperito em assuntos legais, parece-me que a Legislação contra o
racismo deveria ser mais rigorosa. Entendo que o crime de racismo atenta contra
a própria Unidade Nacional, jogando Brasileiros uns contra os outros. É um
Crime Político dos mais odiosos, que atenta contra o Estado de Direito, e não
poderia ficar impune por conta de uma legislação fraca. A Nação cria o Estado e
o organiza pela Ordem Jurídica. Ora, não é possível que justamente nesta
questão fundamental, o racismo, uma legislação lassa permita uma corrosão da
Vida Nacional.
Admitir hoje, a bárbara agressão física
de uns Brasileiros por outros Brasileiros é omissão inaceitável. Igualmente,
invectivas escritas ou faladas, injuriosas ou mesmo educadas, contra qualquer
raça ou etnia, das muitas que compõem o nosso Povo, são intoleráveis.
Permanecermos nesta complacência, sem que os Legisladores tomem providências
enérgicas, que permitam as Autoridades coibir definitivamente qualquer forma de
manifestação racista, é criar um estado de espírito que poderá vir instalar
futuramente trágicas lutas raciais, que já testemunhamos no passado e no
presente de diversos Povos, e que devemos a todo custo evitar no Brasil, pois,
caso contrário, a Unidade Nacional se esfrangalhará e o Brasil como o
conhecemos deixará de existir.
Ficam aí estas minhas despretensiosas
observações.